O que são:
As Bombas Infusoras de Insulina são pequenos dispositivos electrónicos, mais ou menos do tamanho de um telemóvel e de peso 110g, com um motor computorizado e um reservatório de insulina de acção rápida ou ultra-rápida que está ligado a um tubo muito fino de plástico (careter com 30 cm a 110 cm de comprimento) que conduz a insulina até uma cânula de aço ou teflon (6mm a 17 mm). Estes conjuntos chamam–se conjuntos de infusão e têm um sistema de click que os torna fáceis de ligar e de desligar sempre que seja necessário retirar (contacto com a água- banho ou praia- ou em caso de actividade física violenta), no entanto já existem bombas à prova de água durante uma hora e até 2.5 m de profundidade.
Como é administrada a insulina:
 As cânulas são colocadas por debaixo da pele, admistrando automaticamente e continuamente pequenas quantidades de insulina ao longo do dia (de 3 em 3 minutos), programadas segundo as necessidades de cada doente (taxa basal). Estes aparelhos tem insulina para eventuais elevações dos níveis de glicemia (bolus de correção), adaptando-se assim as diferentes necessidades e rotinas dos doentes (refeições, actividade física, o stress, entre outros) e para corrigir a glicemia durante as refeições (bolus de refeição). Estes 2 tipos de insulina são libertada pelo sistema pressionando um botão . 
Onde deverá ser colocada:
A bomba deverá ser colocada na região abdominal (no entanto, poderá ser colocada noutros locais como a coxa, o braço), pois aí a insulina é mais rapidamente absorvida.


A Bomba está deverá ser utilizada 24 horas por dia, para entregar ao organismo uma dosagem continua e pré-programada de insulina (o que chamamos de taxa basal) de modo a imitar a forma como o pâncreas liberta a insulina, só devendo ser retirada por breves períodos (2 horas no máximo)
Importância da medição dos valores de glicemia:
Estas bombas ainda não são aquilo a que se chama um sistema fechado, ou seja, ainda não administram a insulina de forma automática dependendo das medições de glicemia, pelo que o diabético tem de controlar regularmente os níveis de açúcar tal como fazia com a terapia convencional com canetas de insulina. O doente deverá medir a glicemia pelo menos 4 vezes ao dia, e de 2 em 2 semanas deverá medir a glicemia mais ou menos às 2 da madrugada, especialmente na fase inicial para avaliar as glicemias noturnas. 
Beneficios e riscos de utilização:
Com este controlo mais rigoroso da doença existe uma menor incidência de complicações agudas e crônicas relacionadas com a diabetes. Assim as 4/5 administrações diárias para manter os níveis de glicemia no sangue adequados reduzem se a uma picada de 3 em 3 dias para a troca do caracter se este for de teflon,  se for de aço serão de 2 em 2 dias. Quando se troca de conjuntos de infusão deverá escolher se outro local de infusão noutra zona do abdômen para evitar infecções e lipodistrofias. Existe uma maior flexibilidade para nos padrões individuais de sono, uma maior conforto e qualidade no estilo de vida, visto que o diabético não necessita de se injectar/picar múltiplas vezes ao dia, apenas de 3 em 3 dias para a troca dos conjuntos de infusão, o que requer tempo e precisa de ser planeado, uma maior flexibilidade em relação a escolha dos alimentos no entanto sem descurar as necessidades nutricionais individuais, liberdade para a realização de actividade física espontânea que não precisa de ser planeada com horas de antecedência e melhor controlo metabólico o que torna os valores glicêmicos mais estáveis durante as 24h visto que são administradas 480 doses de insulina diariamente e poderá-se administrar doses extras de acordo com as necessidades metabólicas e refeições diminuindo assim o risco de hipoglicemia. No global os riscos de saúde são reduzidos ate 76 %. Nesta terapia o doente não se precisa de se adaptar, pois é a terapia que se adapta ao estilo de vida do doente.

No entanto, um dos riscos da utilização da bomba é um aumento de risco de hiperglicemia, pois a bomba apenas utiliza insulina de acção rápida ou ultra-rápida, assim uma interrupção do fornecimento, por exemplo uma agulha que se soltou ou uma vazamento no sistema pode produzir uma rápida elevação do nível de açúcar no sangue. Daí ser necessária a auto-motorização regular. No entanto quem utiliza as Bombas Infusoras de Insulina deverá sempre ter um apoio a retaguarda (um médico ou enfermeiro), visto que há perigos no uso destas bombas, como por exemplo a avaria do aparelho, o diabetico deixa de receber insulina e pode entrar em coma. No entanto, a  bomba avisa por um sistema de alarmes sobre possíveis problemas em tempo útil. Por exemplo, se o cartucho de insulina estiver quase vazio ou se a bateria estiver fraca.  
Quem pode utilizar:
A terapia é utilizada com sucesso em crianças desde os 5-6 meses (no entanto esta só poderá ser utilizada se os pais estiverem aptos para prestar assistência continua à criança), adolescentes e grávidas ou mulheres que desejam engravidar. Não existe limite de idade para a utilização destas Bombas.

Este método de tratamento está indicado a todos os diabetes do tipo 1, desde que cuidadosamente selecionados, pois nem todos os diabéticos tem perfil para a usar. Este sistema alternativo também é indicado para pessoas que apesar de fazerem os controlos e administrarem a insulina não conseguem o controlo da diabetes com o esquema tradicional e para pessoas que sofrem de lipoatrofia.
Custo:

Em Portugal estas bombas são comercializadas pelos laboratórios Roche e Medtronic, com custos a rondar os 3500 euros e os seus consumíveis tem um encargo mensal de 150 euros. Se a pessoa sofrer de lipoatrofia os encargos mensais ascendem para os 400 euros, visto que o corpo pode fazer reacção aos carateres e haver necessidade de os substituir diariamente em vez de 3 em 3 dias. Estas bombas poderão ser adquiridas directamente a Roche assim como os kits com os conjuntos de infusão. 
A Roche oferece um período experimental de um mês sem qualquer encargo para os diabéticos verem se se adaptam a bomba, findo o qual terão de optar por adquirir a bomba ou devolve-la. Poderá marcar-se também uma explicação detalhada de todo o equipamento com um especialista de produto de sistema de infusão. 
As bombas têm garantia entre 2 a 4 anos sendo o tempo de vida útil máximo de 6 anos. Os kits mensais podem se colocar no IRS pois têm uma taxa de 5%, a bomba como tem um IVA de 20% tem de ir acompanhada de uma prescrição médica (condição para ser colocada uma Bomba Infusora de Insulina). 


Comparticipações do estado:

Desde 2009, o estado comparticipa a 100% 100 bombas de insulina por ano. 
Critérios que os doentes deverão satisfazer:
  • ser diabético tipo 1, 
  • ter motivação e prática na auto-motorização da glicemia bem como competência na sua utilização (caso os utilizadores sejam crianças, esta premissa aplicasse aos pais), 
  • competência para lidar com os componentes técnicos da bomba, 
  • controlo metabólico não aceitável a fazer a insulinoterapia com múltiplas administrações diárias de insulina (pelo menos 4 vezes ao dia), 
  • acentuada variação diária dos níveis de glicemia, 
  • historial de hipoglicemia, 
  • necessidade de flexibilidade no estilo de vida (exemplo: turnos, viagens freqüentes entre vários fusos horários), 
  • gravidez ou planeamento da mesma 
  • o doente deverá ter acesso a uma equipa médica 24 horas por dia.